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Aplicaçoes Medicinais da Cannabis

Cannabis, Maconha ou Marijuana, Saúde, Tratamentos Agosto 31st, 2016

Usada ha mais de 5000 anos, a erva (marijuana) sempre possuiu destaque medicinal entre suas utilidades, podendo ser aplicada no tratamento de mais de 100 doenças.

Marijuana Medicinal

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Reabilitação de toxicodependentes » Recuperar a vida que esteve perdida

Crack, Geral, Tratamentos Março 26th, 2008

«Comecei a consumir aos 36 anos e viciei-me na cocaína fumada – no crack. A partir daí, já fiz vários tratamentos.»

O Nuno tem hoje 46 anos e é toxicodependente, encontrando-se em reabilitação na Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas, que pertence à Associação Dianova Portugal.

Há três meses na Comunidade, Nuno conta-nos que já passou por várias comunidades e que a última recaída foi determinante para a sua decisão de dar início a todo o processo de entrada na Quinta das Lapas. Para além da sua motivação pessoal, contou ainda com o apoio por parte da família.

A entrada na Comunidade não foi para Nuno, ao contrário do que acontece com outros, algo de incómodo pelo isolamento da realidade exterior. As portas estão sempre abertas, o que também ajuda a desmistificar alguma sensação de enclausuramento. As saídas vão acontecendo gradualmente, de início em grupo e acompanhados por elementos da equipa.

Para Nuno, a passagem por outras comunidades também já lhe tinha ensinado como as coisas funcionam. Em todo o caso, e relativamente à Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas, Nuno confessa-se agradavelmente surpreendido pelo seu modo de funcionamento.

«Sinto que me estou a integrar bem e que todo o processo está a correr da melhor forma. Senti de imediato uma recuperação física e, entretanto, sinto que estou a levantar a minha auto-estima, a sentir-me melhor comigo próprio. Ter horários e adquirir responsabilidades também me ajudaram. Para além disso, acho que aqui há mais acompanhamento profissional, em várias vertentes.»

A equipa é multidisciplinar integrando uma directora da área terapêutica, uma directora técnica, um psiquiatra, uma médica de Clínica Geral, uma psicóloga clínica, uma assistente social, uma técnica de Reinserção Social, um psicopedagogo, monitores, animadores socioculturais, um administrativo e um motorista, para além do apoio jurídico e de recursos humanos.

De futuro, Nuno espera retomar a sua profissão de jornalista e manter-se abstinente em relação às drogas. No fundo, é recupe­rar uma vida que esteve perdida ou no limbo durante 10 anos. «Gostava de voltar a estudar e quero recuperar. Sinto-me com força para isso. Acima de tudo, também não quero repetir os mesmos erros e ter recaídas que são sempre piores do que a primeira.»

Adaptação, consolidação e pré-reinserção

A Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas é uma resposta ao proble­ma da toxicodependência, nomeadamente, pelo tratamento. A abordagem é orientada pelo Programa Livre de Drogas, numa perspectiva cognitivo–comportamental. Actualmente, conta com 31 utentes portugueses e estrangeiros, numa idade média de 25/26 anos, em diferentes fases do programa de abstinência às drogas.

Para entrar na Comunidade há alguns requisitos, como uma série de exames clínicos, uma entrevista biopsicossocial e uma avaliação do perfil e das necessidades do utente.

Com a entrada do candidato, o mesmo dá início a um programa de longa duração, por norma, de um ano. A primeira fase, designada por «Adaptação» tem o tempo mínimo de um mês e consiste essencialmente na recuperação física do utente e na sua integração com a restante Comunidade.

«É a adaptação à Comunidade, aos ou­tros elementos, às regras, ao espaço, a responsabilidade da casa, entre outras coisas.

A recuperação física passa-se também nesta fase e é primordial porque, muitas vezes, nos chegam com alterações do sono e, por exemplo, estados de ansiedade», refere a Dr.ª Cristina Lopes, directora técnica da Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas, Dianova Portugal.

Na segunda fase, designada por «Consolidação» e com a duração aproximadamente de nove meses, o utente passa a ter saídas ao exterior. Os grupos temáticos fazem parte também deste período. Inicialmente há dois grupos, um que trabalha as emoções e outro mais de racionalização que aborda alguns aspectos sociais e, por exemplo, a gestão de dinheiro.

Aqui entram as várias actividades como os ateliers de expressão plástica, de carpintaria, o ponto de Internet no qual se dá formação sobre as novas tecnologias aos utentes, entre outras tarefas quotidianas como a cozinha e a lavandaria.

Dependendo da evolução de cada um, começa-se a trabalhar o Projecto de Vida. A reinserção é um objectivo desde o primeiro dia, mas começa a ter mais relevância nesta segunda fase e essencialmente na terceira, a «Pré-reinserção», que tem um tempo estimado de três meses.

Procurar emprego, um estágio ou um curso profissionalizante, definir onde vai viver, assegurar, no caso de ser um utente com hepatite ou VIH, acompanhamento médico, são algumas das etapas que colocam em prática o Projecto de Vida, sendo, por isso, uma fase mais virada para o exterior e com um investimento maior para o retorno à sociedade.

Associação Dianova Portugal: a luta em três vertentes

A Associação Dianova, Instituição Particular de Solidariedade Social e Associação de Utilidade Pública tem por missão contribuir para o desenvolvimento social através da educação e da intervenção nas toxicodependências, regida pelos valores de compromisso, solidariedade, entreajuda, tolerância, autonomia, integração e internacionalidade.

A prevenção, o tratamento e a reinserção dos toxico­dependentes são os três objectivos-chave. De acordo com a Dr.ª Christina Lizarza, presidente de Direcção da Associação Dianova Portugal, «a prevenção é realizada aproveitando o know-how e a experiência dos nossos técnicos e recursos Dianova, em parceria com entidades públicas e privadas. Por sua vez, o tratamento é realizado em regime residencial em Comunidade Terapêutica e a reinserção trabalha-se através dos Programas de Reinserção, como são o caso da Empresa de Inserção, o apartamento de reinserção social ou medidas de formação profissional e apoio ao emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)».

Fonte: Medicina & Saúde

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