BARBITÚRICOS
Barbitúricos Dezembro 18th, 2007
O primeiro barbitúrico lançado no mercado foi o Veronal, em 1903, embora os barbitúricos já tivessem sido sintetizados na Bélgica em 1684. De 1912 aos nossos dias, mais de 2500 derivados do ácido barbitúrico foram desenvolvidos. Inicialmente, acreditava-se que essa droga representava a cura para a insónia e a ansiedade, transformando-se, assim, no sedativo-hipnótico ideal.
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Drogas de longa acção (de oito a 16 horas): são usadas no tratamento de epilepsia, no controle de úlceras pépticas e pressão sanguínea alta. Estão nesse grupo o Veronal (barbital), Luminal (phenobarbital), Mebaral (nefobarbital), e Gemonil (metabarbital).
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Drogas de acção média (quatro a seis horas): são usadas como pílulas para dormir, e são os barbitúricos mais comumente abusados: Alurate (aprobarbital), Amytal (amobarbital), Butisol Sodium (butabarbital), Nembutal (pentobarbital), Seconal (seccobarbital) e Tuinal (amobarbital e secobarbital).
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Barbitúricos de curta acção (imediata mas breve): são usados como anestésico ou sedativo junto com inalantes, e incluem Penthotal Sodium (thiopental), Brevital (sodium methohexital) e Surital (sodium thiamylal).
Os barbitúricos agem sobre o sistema nervoso central deprimindo ou inibindo os sinais nervosos no cérebro, alterando o equilíbrio químico e reduzindo as funções de alguns sistemas orgânicos. A acção neurológica é diminuída, assim como o batimento cardíaco, a pressão sanguínea e a respiração. Simultaneamente, ocorre um relaxamento geral dos músculos que estão juntos do esqueleto. Os efeitos da droga aumentam de acordo com a dosagem, ao mesmo tempo em que as funções do corpo são desaceleradas, produzindo, como consequência, desde o alívio da ansiedade até a sedação, hipnose, anestesia, coma e morte. Ao ser ingerida, a droga penetra na corrente sanguínea e é distribuída por todo o corpo, acumulando-se principalmente nos tecidos dos órgãos e nos depósitos de gordura. Os barbituratos são por fim metabolizados e eliminados através do fígado e dos rins.
“A curto prazo, os efeitos dos barbitúricos se assemelham aos do álcool. Ansiedades e tensões dissolvem-se num calmo e pacífico relaxamento. Preocupações desaparecem numa intoxicação nebulosa, na qual nada realmente importa. O usuário cambaleia vacilante por uma realidade alterada, com a fala pastosa e sentindo seus músculos como se fossem feitos de borracha. Seus reflexos reduzem-se e seu tempo de reacção a estímulos é extremamente longo. A longo prazo, o uso regular de barbituratos pode levar a sintomas crónicos: sonolência contínua, memória falha, dificuldade para concentrar a atenção, perda da coordenação motora, instabilidade emocional, náusea, ansiedade, nervosismo, movimentos involuntários dos olhos, fala enrolada e mãos tremulas. Reacções paranóicas e aumento da hostilidade podem induzir a actos de violência.”
Com o uso repetido por um certo período de tempo, o organismo adquire tolerância à droga, e maiores quantidades passam a ser necessárias para produzir os mesmos efeitos, resultando na dependência física e psicológica. A dose letal, entretanto, permanece a mesma, e pode acabar sendo atingida pelos usuários que precisam ir sempre aumentando a dosagem. Para a maioria das pessoas, a dose letal é calculada como sendo dez vezes maior do que a dose prescrita.
Ao contrário das anfetaminas, os barbituratos têm diversas aplicações na medicina: como hipnótico (induz ao sono), sedativo, anti convulsivo, analgésico e como medicamento para o tratamento de alcoolismo. Contudo, os barbituratos não aliviam dores severas, podendo até causar um efeito contrário, a hiperaugesia, ou aumento da reacção à dor. Depois de algumas semanas, os barbituratos perdem seu poder hipnótico para a maior parte dos pacientes, deixando de funcionar como pílulas para dormir. Eles também podem perturbar o período do sono em que acontecem os sonhos, o que provavelmente tem consequências psicológicas. Mulheres grávidas devem decididamente evitar o uso de barbitúricos.