As drogas dos estudantes
 Os números são preocupantes. Quase um terço dos estudantes do ensino superior já experimentaram substâncias ilícitas, de onde se destaca o haxixe, cocaína, heroína, LSD e drogas injectáveis. A Guarda, a acreditar num estudo sobre os hábitos de consumo junto da população estudantil, parece ser um pequeno oásis.

Quase um terço dos estudantes do Ensino Superior já experimentaram haxixe, cocaína, heroína, LSD e drogas injectáveis ou outras substâncias. Esta é a conclusão do estudo “Consumo de substâncias lícitas e ilícitas em estudantes do ensino superior”, encomendado pelo Instituto Português para a Prevenção da Toxicodependência, realizado em 1998 junto de 6792 alunos de mais de cem instituições do ensino superior público e privado, civil e militar, do continente e regiões autónomas, e que o “Público” deu conta na edição da passada Quinta-feira. Nos cinco quadros apresentados no estudos, e que dizem respeito à percentagem, por distritos, de estudantes que já consumiram drogas, a Guarda á apenas referida no consumo de haxixe, com uma percentagem de 20 por cento, aparecendo em penúltimo lugar da lista, constituída por vinte distritos e encabeçada por Setúbal e Évora com quase 40 por cento. Para Cardoso Ferreira, responsável pelo Centro de Atendimento de Toxicopendentes, o estudo merece-lhe «alguma confiança» apesar de não o ter lido em detalhe. «A única coisa que posso dizer é que conheço o médico responsável pelo estudo, Dr. Jorge Torgal, e tenho muita consideração pela qualidade do trabalho que ele tem feito anteriormente», justifica. No entanto, refere não saber como valorizá-lo já que desconhece, em pormenor, as condições em que o mesmo foi realizado. «Em relação ao ecstasy, já tínhamos a convicção de que esses consumos são muito mais expressivos em Viseu e Coimbra que na Guarda, por parte dos estudantes universitários.

Falta de informação

No que diz respeito ao não aparecimento de taxas expressivas, por exemplo, no consumo de heroína e de cocaína, que são drogas que dão fortes dependências, normalmente tenho relacionado com o facto de esses consumos serem dificilmente compatíveis com a pessoa estar a frequentar activamente um curso superior». Isto porque, explica, «normalmente as pessoas vão cortando as suas ligações com os projectos que tinham anteriormente». Quanto à comparação com outros distritos, Cardoso Ferreira diz não saber fazer a comparação uma vez que não teve acesso ao estudo.

Norberto Gonçalves, coordenador distrital do núcleo da Guarda do Instituto Português da Droga e da Toxicodependência (IPDT), afirma não poder pronunciar-se sobre algo que não conhece. De qualquer forma, adianta que a apresentação pública do estudo irá ser realizada hoje, em Lisboa, durante o resumo das conclusões da “Semana de prevenção”. Durante o encerramento deste programa, serão ainda apresentados os premiados no concurso internacional “Os jovens e o álcool”, e as medidas governamentais sobre a toxicodependência. Quanto ao estudo, aquele responsável garante não ter nada sobre ele, e que as informações que possui foram as transmitidas pela comunicação social.

Bragança destaca-se pela negativa

Olhando para as diferenças entre distritos, Bragança lidera a lista das regiões onde o contacto com drogas atinge os valores mais elevados. De salientar que encontram-se aqui percentagens de experimentação acima da média nacional em sete das oito drogas ilegais. Castelo Branco, Coimbra e Viana vêm logo a seguir, com consumos mais elevados em três substâncias. Évora distingue-se pelo número de alunos que teve contacto com a cocaína (9,2 por cento, seis pontos acima da média nacional) e haxixe (quase 40 por cento dos estudantes já tinham, pelo menos, experimentado).

Outra das variáveis determinantes é o sexo dos inquiridos. Em relação a todas as drogas avaliadas, são os rapazes que mais experimentam. Mas quando se chega ao padrão de consumo, a conclusão é que a “regularidade”, por oposição à simples experimentação ou uso ocasional, é preponderante entre as raparigas. É assim para todas as drogas, excepto o haxixe. A título de exemplo, saliente-se que 23,9 por cento das consumidoras de heroína admitiram-no fazê-lo regularmente contra 11 por cento dos rapazes.



Comentários

  1. 1
    IMC
    Fevereiro 26th, 2009 em 16:59

    meus amigos,
    eu não sou propriamente uma pessoa com grande experiencia de vida, pois encontrome no 11º ano de escolaridade e so tenho 17 anos. Mas posso garantir-vos que consumo cerca de 50 a 100 euros semanais de drogas leves e a minha média de notas escolar nunca desceu abaixo dos 16 valores e a grande maioria dos meus amigos consomem cannabis ou haxixe, não sao menos maus relativamente ao seu desempenho escolar, por vezes até se consegue obter melhores resultados recorrendo ás drogas leves (o seu consumo por vezes permite maior concentração). Não venham, outra vez, com a mesma história de sempre do “…não cosumas drogas, isso faz mal, vais acabar perdido…”, eu apenas me questiono, existindo nos nossos dias, inúmeras pessoas que vao para os cafés e zonas sociais, se embebedarem com cerveja e outras bebidas espirituosas e é sempre a aquele que fuma charros que é apontado o dedo… Se formos mencionar drogas pesadas, não me manifesto pois nunca consumi, mas acho-as profundamente degradantes para qualquer nível físico e psicológico de uma pessoa.
    Mas no entanto, no nosso país existe uma espécie de exclusão social das pessoas que consumem drogas, particularmente as drogas leves(como até poderá ser o meu caso). Este tipo de mentalidade deveria acabar, pois está comprovadíssimo que entre um “toxicodependente” e um alcoolico, nós, e quando me refiro a nós apenas menciono pessoas que consumam drogas leves como haxixe e cannabis, somos muito mais funcionais nas nossas obrigações e empregos do que qualquer alcoólico.
    Creio que existem assuntos muito mais importantes a tratar do que se preocuparem com “o pessoal a fumar uns charros”. As autoridades e o governo deviam se concentrar mais em proibir drogas pesadas e punir ou ajudar, quem as consome ou trafica, pois estes é que causam mesmo problemas à sociedade. É bem verdade que as leves depois poderao levar às pesadas mas isso ja depente do caracter de cada pessoa. Não podemos julgar nem excluir ninguem por isso. Conheço pessoas extremamente inteligentes (como e o exemplo de alguns médicos e outros cargos que exigem grande cultura), que consomem ,muitas vezes, por exemplo o haxixe.
    Simplesmente não acho que o consumo destas substancias seja uma maneira de denigrir a imagem de alguem…

  2. 2
    Ana Rita
    Março 6th, 2009 em 13:06

    oi…Eu axo muito bem yd o ke esta aki e serve bem para kem o presisa……..comprimentos para kem publicou td ixyo aki……

  3. 3
    Jorge Oliveira
    Agosto 29th, 2016 em 22:42

    Tem o caso dos pais que não tem nem ideia do que está acontecendo com os seus filhos na faculdade. São pegos de surpresa quando descobrem sobre o uso de drogas.

    Não para culpar ninguém, mas é preocupante.

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