Uma missão de peritos dos estados-membros da União Europeia está na Guiné-Bissau para programar um projecto de apoio à luta contra o tráfico de droga, disse hoje à Agência Lusa o representante da Comissão Europeia em Bissau, Franco Nulli.

“Há uma missão de peritos dos estados-membros da UE que veio à Guiné-Bissau no quadro de uma série de visitas a alguns países da África Ocidental com o objectivo de programar um projecto de apoio à luta contra o tráfico de droga”, afirmou o embaixador italiano.

“Esse programa será financiado pelo instrumento de estabilidade, que é um instrumento da União Europeia, e que prevê identificar um programa de luta contra o tráfico de cocaína que vai da América-Latina através de África para a Europa”, sublinhou Franco Nulli.

Segundo o representante da Comissão Europeia, aqueles peritos vão estar em Bissau até quarta-feira e manter uma série de encontros com as autoridades guineenses para identificar “acções concretas que poderão ser financiadas através de recursos do instrumento de estabilidade e no quadro do plano de luta contra o tráfico de droga”.

Franco Nulli sublinhou que esta missão pretende “identificar acções concretas” e adiantou que se realiza uma outra em Setembro, prevendo-se que o plano de apoio à luta contra o tráfico de droga possa vigorar no período 2009-2011.

Questionado sobre se esta missão está relacionada com a Conferência de Lisboa, realizada em Dezembro, e que visou essencialmente apelar à comunidade internacional para ajudar a Guiné-Bissau a combater o tráfico de droga, Franco Nulli disse que não está directamente relacionada, mas que os trabalhos dos peritos se vão enquadrar no Plano Nacional de Luta Contra o Tráfico de Droga.

“Não está directamente relacionada com a conferência de Lisboa porque esta programação ocorre vários meses depois, mas é claro que o trabalho dos peritos se vai enquadrar no Plano Nacional de Luta Contra o Tráfico de Droga”, disse.

“Esse plano (o do Governo da Guiné-Bissau) vai cobrir três anos, o financiamento das actividades para o primeiro ano já está garantido, sendo entregues quarta-feira dois milhões de euros à UNODC, nomeadamente a criação de uma força de elite na polícia judiciária para combater o tráfico de droga”, sublinhou.

Segundo o responsável, resta agora assegurar o financiamento para o segundo e terceiro anos.

A Guiné-Bissau tem sido referenciada em vários relatórios de organizações internacionais como “placa giratória” da entrada da cocaína proveniente da América Latina na Europa.

As autoridades guineenses têm alegado falta de meios para combater o narcotráfico, tendo desde 2006 apenas apreendido pouco mais de uma tonelada de cocaína.


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