As drogas no cinema

Geral Dezembro 18th, 2007

Desde os primórdios que o meio do cinema convive de perto com o consumo de drogas, mas há filmes em que esse assunto é incontornável.

Em «A Vida Não é Um Sonho» (2000), filme tremendo de Darren Aronofsky, há estonteantes grandes planos do consumo de droga que tentam passar o efeito de vertigem que estas substâncias proporcionam aos seus consumidores. Mas a noção de dependência, aqui, extravasa a das substâncias tóxicas e vai até à solidão da velhice, à televisão ou às dietas.

Outro filme onde a droga tem um papel central é «Trainspotting» (1990), de Danny Boyle. Um bando de toxicodependentes roubam, enganam e mentem para poderem financiar a sua próxima “dose” de heroína. O problema é que os seus colegas “limpos” não são menos moralmente corruptos. Um filme marcante e quase impossível de descrever.

O LSD, a cocaína e a marijuana são as “drogas rainhas” de «Easy Rider» (1969), filme mítico de Dennis Hopper onde dois motoqueiros, Wyatt e Billy, viajam até Nova Orleães com o dinheiro que angariaram pela venda de cocaína a um misterioso homem, enquanto procuram a realidade da América e a iluminação espiritual.

Não haverá, contudo, filme tão cheio de substâncias alucinogéneas quanto «Delírio em Las Vegas» (1998), de Terry Gilliam: mescalina, ópio, marijuana, cocaína, LSD, barbitúricos, anfetaminas, etc. Baseado num livro de Hunter S. Thompson, o filme acompanha um jornalista drogado (Johnny Depp) e o seu advogado psicopata (Benicio del Toro) numa alucinada viagem a Las Vegas. Tão alucinada que as personagens passam o tempo todo “pedradas”.

Mas há outras drogas no cinema que muitas vezes não são consideradas como tal. É o caso do álcool. Veja-se o dramático «Morrer em Las Vegas» (1997), de Mike Figgis, onde Nicolas Cage interpreta um alcoólico que decide suicidar-se em Las Vegas bebendo até à morte. Ganhou um Óscar pelo seu papel. «Café e Cigarros» , de Jim Jarmusch, é outro filme com “drogas leves” por protagonistas, constituído neste caso por um conjunto de “sketches” interpretados por algumas figuras bem conhecidas. O seu propósito é simples: louvar o prazer do tabaco e da cafeína, de preferência acompanhados de uma boa conversa.

Em resumo, uma espécie de minicatálogo de vícios que não se recomendam, a não ser filtrados por um ecrã de cinema.



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